quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Músico de carteirinha

A decisão do Supremo Tribunal Federal, no dia 1 de agosto de 2011, de desobrigar o músico quanto ao uso da carteirinha da OMB (Ordem dos Músicos do Brasil) me faz ponderar a profissão do artista músico.
Deve-se tomar cuidado com as palavras da ministra Ellen Grace, que disse “A música é uma arte, algo sublime, próximo da divindade. Tem-se talento para a música, ou não se tem”.
Faço menção ao preparo que o músico deveria ter para que seja um verdadeiro artista: alguém que cria, que pensa, que procura fazer algo novo, que nunca se acomoda com a mesmice, com a monotonia.
 O musicista deve preocupar-se para que essa atividade por ele escolhida não se torne somente uma prática rotineira, mecânica, sem inovações e arrojo artístico.
Sabemos que existem pessoas que tem alguma habilidade incomum com um instrumento musical ou com a voz. Mas é necessário muito cuidado para lidar com o demasiado talento. Este não é tudo.
 O ideal seria priorizar um preparo técnico, consciente, pensado, que é o que vai realçar e ampliar o talento e a facilidade que o artista já tem. E quando digo preparo técnico, não estou me referindo somente aos intermináveis métodos de escalas e exercícios, além do repertório do instrumento e a passagem por uma academia (ensino superior). O músico deve procurar ampliar o seu mundo relacionando seu universo com as outras expressões artísticas e outros mundos (por exemplo, cinema, teatro, dança, pintura etc) sabendo que a música não é isolada e fechada em si mesma.  Outros conhecimentos certamente darão ao musicista mais elementos para que ele possa fazer sua música da maneira mais aprimorada possível. E, feito tudo isso, certamente estaremos mais capazes para criar, como disse a ministra, “algo sublime”, e sem precisar de uma carteirinha para provar que somos, de fato, músicos.

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