quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Ano novo

Nessa época de fim de ano, é muito comum ouvirmos das pessoas pedidos e desejos para o ano que está prestes a iniciar: aquela casa tão desejada, o emprego dos sonhos, um carro, e assim vai uma lista interminável.
Mas, talvez, o que pouquíssimas pessoas fazem nessa época é olhar para trás e refletir o que foi esse ano que está se findando e quais foram as ambições e sonhos que se tinha antes do início deste. Penso que voltar no tempo e ponderar os acontecimentos é importante principalmente para que possamos planejar e pensar quais serão os nossos sonhos para o ano que se inicia.
Devemos procurar entender os, por nós assim considerados, sucessos e fracassos, e por que estes se deram desta ou daquela maneira.
 Dos fracassos, será que faltou um pouquinho mais de esforço, ou fiz o que podia no momento, mas ainda não o suficiente para alcançar o êxito desejado? Tudo na vida é um processo de amadurecimento e devemos, portanto, amadurecer inclusive com os erros cometidos. Às vezes, o que pode aparentar um insucesso é apenas o degrau para o êxito de amanhã.
E do que deu certo, dos bons resultados alcançados, devemos refletir sobre eles também: será que aconteceram por obra do acaso? O que construímos ou trabalhamos para atingir tal triunfo? Será que existiu aquela parcelinha de “sorte”, ou ainda as circunstâncias também contribuíram para que tudo saísse bem?   
Examinar com atenção os acontecimentos do ano que está terminando deixa-nos mais conscientes e preparados para enfrentar essa nova etapa de mais um ano em nossas vidas: com devaneios, mas também com os pés no chão o suficiente para nos tornarmos melhores para nós mesmos e, consequentemente, para o outro. Tarefa difícil, sim, mas não impossível.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

EXPRESSÃO


Expressar é viver
É como renascer
É externar sentimento
Mostrar o que está dentro

Como vejo o mundo
Nada faz sentido
Mas em um segundo
Eu não mais contido

Exprimir o que está dentro
Serve-me de alento
Não me compreendem
Porque não se entendem

Expressar é expor a alma
Assim como Deus a fez
É mostrar sem desalma
            Como é viver com altivez


(Josué Campos, 31 de agosto de 2011) 

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Realidades

Podemos fazer um contraponto entre nossa vida e o relato de “O Mito da Caverna” de Platão, afinal cada um tem uma maneira particular de encarar a “realidade” na qual vive.
Até determinado momento em nossas vidas, somos como os prisioneiros da caverna que acreditam que as sombras das pessoas de fora, assim como os sons de suas falas são as próprias coisas externas. Isso porque nunca souberam que existe um mundo do lado de fora da caverna.
Outros são como o prisioneiro que, inconformado com a situação em que se encontrava, resolveu sair da caverna. No primeiro contato com o mundo real fica extasiado, mas também atordoado: por um momento não sabe se acredita que essa luz que acaba de conhecer é real, já que seus olhos, que estavam acostumados com a escuridão, por algum momento ficam ofuscados com a clareza do dia. Mas logo quando seus olhos se acostumam com a luz, reconhece o quanto o mundo real é mais amplo, mais rico e percebe o quanto vivia em um mundo extremamente restrito dentro da caverna: descobre que o interior da caverna não era a realidade, de fato.
          Algumas pessoas são como esse ex-prisioneiro que, ao descobrir o quanto o mundo fora da caverna é mais rico, lembra dos outros prisioneiros dentro da caverna e decide voltar até lá para falar-lhes desse mundo que acabara de descobrir. Essas pessoas não desistem fácil quanto a convencer os “aprisionados” de que existe outra realidade muito mais interessante do que a que estes conhecem.    
Existem ainda as pessoas que são conformadas com a maneira como os fatos se apresentam: são como os que caçoaram e zombaram do ex-prisioneiro, pois não queriam acreditar que o interior da caverna não era a realidade. Essas pessoas encaram a vida, em seus diversos aspectos, como algo do destino, não passível de mudanças: acreditam em uma realidade que lhes é apresentada como sendo assim e pronto.
Mas outras pessoas são, quiçá, como alguns dos prisioneiros que, ao ouvirem o recado do companheiro agora liberto, resolvem mesmo a contragosto de alguns, sair da caverna e conhecer o mundo exterior.



sábado, 20 de agosto de 2011

Línguas

É notório o quanto a ciência se encontra extremamente avançada nos dias atuais. Claro que isso tem beneficiado a humanidade nas mais diversas áreas as quais possamos imaginar: na saúde possibilitando maiores possibilidades de cura; no transporte tornando as distâncias menores através de aviões, carros; o telefone, e assim vai.
 Quanto à informação, tem-se a internet extremamente popularizada e acessível a todos: na área científica, pode-se encontrar muitos trabalhos de pesquisa disponíveis a quem quiser ver, livros disponíveis para download etc. Enfim, são inacabáveis os benefícios que a rede mundial de computadores oferece às pessoas. Mas, a questão é que nem sempre, toda essa facilidade no acesso à informação é usada da maneira mais inteligente possível: talvez muita gente não esteja sabendo o que fazer com tanta informação (essa que alguns confundem com conhecimento). Aqui refiro-me, principalmente, aos quase que intermináveis sites de relacionamento disponíveis: Facebook, Orkut, Youtube, Twitter, MySpace, somente para citar alguns (os que mais se tornaram populares aqui no Brasil).
Principalmente os jovens, nem sempre estão sabendo fazer uso da internet da maneira mais inteligente e útil possível e acabam utilizando-a de maneira a prejudicar eles mesmos. Principalmente a linguagem. São diversos os problemas que se pode ver da relação do jovem com a internet: Trabalhos escolares são copiados da internet prontos, sem o menor constrangimento; a linguagem fragmentada que se cria para fins de comunicação nos sites de relacionamento, o chamado “internetês”; as horas intermináveis passadas na frente de um computador etc.
Ao imprimir um trabalho pronto da internet (e normalmente nem se lê o que ali está escrito) o jovem deixou de abrir livros, de pesquisar, de ponderar, tomar decisões, pensar que direção vai dar para determinado texto e assunto, por as idéias no papel, apagar, construir de novo até, finalmente, ter um texto resultado de sua reflexão, de seu trabalho, algo genuíno.
Ao alongar-se horas e horas em um site de relacionamento somente tratando de futilidades e utilizando-se de um sistema de linguagem extremamente informal, fragmentado, sem nenhum tipo de elaboração, alguém pode acabar por perder a capacidade de se comunicar de maneira clara e precisão de pensamento. Pode-se utilizar o coloquialismo, que é uma das opções lingüísticas que temos dentro de nossa própria língua, afinal não somos formais todo o tempo; a discussão aqui é que quando se fica somente no coloquialismo, perde-se o contato com os “tradicionais textos clássicos”, como diz Bechara em seu livro Ensino da Gramática. Opressão? Liberdade?. Então o contato com a norma culta da língua é importante.
Temos que ter a capacidade de utilizar a língua de acordo com o contexto no qual estejamos inseridos e, portanto, dominar também a norma mais culta da língua. O jovem deve saber que alem do “internetês”, ele tem outras modalidades da língua que terão importância em outras situações, em sua vida. Em qualquer situação mais formal da vida, a linguagem mais culta será necessária: para citar um exemplo, numa entrevista a maneira de se comunicar será fatal para que se obtenha ou não um emprego.
Quem não consegue falar ou escrever corretamente (e aqui estou me referindo à norma culta da língua) certamente não está acostumado a treinar a capacidade de elaborar pensamentos, criar e organizar idéias. As pessoas devem procurar exercitar e entender a importância de ter suas leituras pois o livro é importante para que se assimile as características de uma língua; e ainda, o livro irá mostrar o quanto o mundo pode ser muito maior e mais rico do que aquele que se conhece através dos olhos de alguém que apresenta este mundo de um modo pronto, terminado, e não dando chances para a criação de algo.




quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Músico de carteirinha

A decisão do Supremo Tribunal Federal, no dia 1 de agosto de 2011, de desobrigar o músico quanto ao uso da carteirinha da OMB (Ordem dos Músicos do Brasil) me faz ponderar a profissão do artista músico.
Deve-se tomar cuidado com as palavras da ministra Ellen Grace, que disse “A música é uma arte, algo sublime, próximo da divindade. Tem-se talento para a música, ou não se tem”.
Faço menção ao preparo que o músico deveria ter para que seja um verdadeiro artista: alguém que cria, que pensa, que procura fazer algo novo, que nunca se acomoda com a mesmice, com a monotonia.
 O musicista deve preocupar-se para que essa atividade por ele escolhida não se torne somente uma prática rotineira, mecânica, sem inovações e arrojo artístico.
Sabemos que existem pessoas que tem alguma habilidade incomum com um instrumento musical ou com a voz. Mas é necessário muito cuidado para lidar com o demasiado talento. Este não é tudo.
 O ideal seria priorizar um preparo técnico, consciente, pensado, que é o que vai realçar e ampliar o talento e a facilidade que o artista já tem. E quando digo preparo técnico, não estou me referindo somente aos intermináveis métodos de escalas e exercícios, além do repertório do instrumento e a passagem por uma academia (ensino superior). O músico deve procurar ampliar o seu mundo relacionando seu universo com as outras expressões artísticas e outros mundos (por exemplo, cinema, teatro, dança, pintura etc) sabendo que a música não é isolada e fechada em si mesma.  Outros conhecimentos certamente darão ao musicista mais elementos para que ele possa fazer sua música da maneira mais aprimorada possível. E, feito tudo isso, certamente estaremos mais capazes para criar, como disse a ministra, “algo sublime”, e sem precisar de uma carteirinha para provar que somos, de fato, músicos.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Do tempo...

Da minha recente viagem para Fortaleza, ao retornar para minha cidade natal, essa agitada São Paulo, ocorreu-me, como sempre acontece ao voltar de viagens, refletir sobre o que seria o tempo. Quando no hotel e aguardando o momento para tocar no concerto a noite à noite, tinha a impressão de que as horas eram muito mais longas e custavam a passar.
Sei que em qualquer situação na qual estejamos envolvidos, o tempo é pertinente. Organizamos nossas vidas sempre tentando estabelecer o tempo com a maior precisão: Com a idéia de tempo no reportamos ao passado, organizamos o presente e planejamos o futuro: quanto tempo levará para se chegar à faculdade, quanto tempo já não falo com aquela menina, como era no tempo do Classicismo, quanto tempo eu tenho para estudar violino, daqui quanto tempo terei um filho, e assim vai.
  Na música, por exemplo, se eu ouvir o Adagietto da "Quinta Sinfonia" de Mahler, ou a abertura "Guilherme Tell" de Rossini, provavelmente a minha percepção do tempo será diferente: fluindo mais, demorando a passar, estático, etc.
Quando não cumprindo tarefas que são de rotina e, mais do que isso, não produzindo algo que seja produto de exercício do intelecto, que seja de fato significativo e acrescente algo novo para a vida, o tempo me parece muito mais demorado, longo, interminável. Parece-me que o tempo está parado, contrariando a popular frase "o tempo voa".
Não que não tenhamos que, vez ou outra, no distrairmos um pouquinho dos afazeres e nos entregarmos exclusivamente aos prazeres do entretenimento descomprometido. Podemos fazê-lo mas, afora isso, acho que nós seres (supostamente) pensantes temos a necessidade inata, assim como do ar que respiramos, de melhorarmos nossa existência evoluindo através do aprendizado do novo, não sendo somente um mero acúmulo de informações recém-adquiridas mas, outrossim, devemos acrescentá-las à nossa identidade ajudando-a em sua constante evolução durante o ciclo vital.
 O que nos diferencia dos animais é a capacidade cognitiva e penso que devemos fazer uso desse potencial em nosso favor (nós seres humanos) e para benefício do ambiente em que vivemos ( aqui talvez seja um pensamento utópico, surreal de minha parte).
 Quando geramos conhecimento, nossa vida parece passar de maneira mais rápida e com certeza torna-se mais interessante. O tempo dá a impressão de transcorrer mais fluído, parece voar. Um exemplo: alguém pode realizar um trabalho ou atividade durante horas e horas a fio, mas se essa atividade for meramente repetitiva, a sensação será de que o tempo está parado: tudo parecerá enfadonho, monótono, não é mesmo?
 Parece-me sem sentido passarmos nosso período de vida sem de fato evoluirmos, ou seja, transformarmos nosso espírito (nossa parte imaterial, nossa alma) em algo melhor.
 Se assim o fizermos, e não é uma tarefa tão fácil tudo isso, imagino que lá nos derradeiros momentos de nossa existência, teremos a sensação de que o tempo foi tão breve, insuficiente, escasso, e que nossa passagem por essa vida fez toda a diferença.

sábado, 23 de julho de 2011

Música e Letras


Penso que é de suma importância o artista ter a capacidade de organizar suas idéias que, usualmente, vem de maneira desordenada ou mesmo desconexa, como num “brainstorm”. Em minha opinião, o exercício da escrita, de pôr idéias no papel, é crucial para que alguém possa exercitar a capacidade de organizar o pensamento. Isso poderá inclusive ajudar no potencial criador do músico, no desenvolvimento da capacidade de raciocínio, visão crítica, clareza de pensamento, características estas que certamente irão ajudá-lo a fazer sua música da maneira mais elaborada possível.
Portanto, este blog será um espaço no qual irei aproveitar para discutir, opinar, criticar, ou o que seja, com a intenção de treinar a difícil tarefa de escrever ou traduzir em palavras algo que está somente no pensamento, ainda uma representação mental.
O mundo das Letras, no qual estou adentrando, mostra o quanto nossa vida está centrada e é norteada pela linguagem, e aponta o quanto esta pode ser a chave para compreender o mundo em seus inúmeros contextos.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Release


De São Paulo, iniciou os estudos musicais no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, tendo aulas de violino com Antônio Torchia (1993-1996). Posteriormente estudou violino com Laércio Diniz (1998-2008).
FESTIVAIS DE MÚSICA: Brasília,(spalla, em 2006), Campos do Jordão (1995, 1999 e 2000), Summer Music Academy (Pensacola Christian College (1996), Orquestra Jovem do MERCOSUL (Assunção em 2004), Festival Ex Toto Corde-USP (2008).
MÁSTER-CLASS: Evgenia-Maria Popova, Gerardo Ribeiro, Leon Spierer (Filarmônica de Berlin), Daniel Baremboim, Micha Rachlevsky, Alejandro Drago, Shlomo Mintz e Vladslav Igolinsky.
ORQUESTRAS: Orquestra Sinfônica Jovem de São Paulo, a “Estadualzinha”, Orquestra de Câmara da USP,  Sinfônica de Santo André (1999-2006), Camerata Vitta, como spalla (2000-2006).
Orquestra Bachiana Filarmônica Sesi-SP: concertos no Lincoln Center, em NovaYorque (2009, 2010 e 2011). Participou das Orquestra Engenho Barroco e Camerata Brasiliana. Fez parte do musical “O Rei e Eu” - Teatro Alfa Real (2010); Tocou em alguns concertos da Cia Brasileira de Ópera, sob a regência de John Neschling, com a ópera “O Barbeiro de Sevilha”.
Cursou Bacharelado em violino na Uni- FIAM FAAM (conclusão em 2008).
Atualmente, cursa Letras na Uni-FMU (último semestre).

Estréia mundial do meu blog !!!!

Estou finalmente inaugurando este blog! Mas quero, antes de tudo, agradecer à Simone que foi quem, não somente o criou, mas me orientou quanto à importância e o que se pode fazer de um espaço como este. Obrigado Simone!!
 É minha intenção usar aqui de maneira útil, significativa, para que  eu e outras pessoas que o acessem possam usufruí-lo de maneira a acrescentar algo em suas vidas (ou simples entretenimento, por que não?)
 É isso, beijo a todos!