sábado, 20 de agosto de 2011

Línguas

É notório o quanto a ciência se encontra extremamente avançada nos dias atuais. Claro que isso tem beneficiado a humanidade nas mais diversas áreas as quais possamos imaginar: na saúde possibilitando maiores possibilidades de cura; no transporte tornando as distâncias menores através de aviões, carros; o telefone, e assim vai.
 Quanto à informação, tem-se a internet extremamente popularizada e acessível a todos: na área científica, pode-se encontrar muitos trabalhos de pesquisa disponíveis a quem quiser ver, livros disponíveis para download etc. Enfim, são inacabáveis os benefícios que a rede mundial de computadores oferece às pessoas. Mas, a questão é que nem sempre, toda essa facilidade no acesso à informação é usada da maneira mais inteligente possível: talvez muita gente não esteja sabendo o que fazer com tanta informação (essa que alguns confundem com conhecimento). Aqui refiro-me, principalmente, aos quase que intermináveis sites de relacionamento disponíveis: Facebook, Orkut, Youtube, Twitter, MySpace, somente para citar alguns (os que mais se tornaram populares aqui no Brasil).
Principalmente os jovens, nem sempre estão sabendo fazer uso da internet da maneira mais inteligente e útil possível e acabam utilizando-a de maneira a prejudicar eles mesmos. Principalmente a linguagem. São diversos os problemas que se pode ver da relação do jovem com a internet: Trabalhos escolares são copiados da internet prontos, sem o menor constrangimento; a linguagem fragmentada que se cria para fins de comunicação nos sites de relacionamento, o chamado “internetês”; as horas intermináveis passadas na frente de um computador etc.
Ao imprimir um trabalho pronto da internet (e normalmente nem se lê o que ali está escrito) o jovem deixou de abrir livros, de pesquisar, de ponderar, tomar decisões, pensar que direção vai dar para determinado texto e assunto, por as idéias no papel, apagar, construir de novo até, finalmente, ter um texto resultado de sua reflexão, de seu trabalho, algo genuíno.
Ao alongar-se horas e horas em um site de relacionamento somente tratando de futilidades e utilizando-se de um sistema de linguagem extremamente informal, fragmentado, sem nenhum tipo de elaboração, alguém pode acabar por perder a capacidade de se comunicar de maneira clara e precisão de pensamento. Pode-se utilizar o coloquialismo, que é uma das opções lingüísticas que temos dentro de nossa própria língua, afinal não somos formais todo o tempo; a discussão aqui é que quando se fica somente no coloquialismo, perde-se o contato com os “tradicionais textos clássicos”, como diz Bechara em seu livro Ensino da Gramática. Opressão? Liberdade?. Então o contato com a norma culta da língua é importante.
Temos que ter a capacidade de utilizar a língua de acordo com o contexto no qual estejamos inseridos e, portanto, dominar também a norma mais culta da língua. O jovem deve saber que alem do “internetês”, ele tem outras modalidades da língua que terão importância em outras situações, em sua vida. Em qualquer situação mais formal da vida, a linguagem mais culta será necessária: para citar um exemplo, numa entrevista a maneira de se comunicar será fatal para que se obtenha ou não um emprego.
Quem não consegue falar ou escrever corretamente (e aqui estou me referindo à norma culta da língua) certamente não está acostumado a treinar a capacidade de elaborar pensamentos, criar e organizar idéias. As pessoas devem procurar exercitar e entender a importância de ter suas leituras pois o livro é importante para que se assimile as características de uma língua; e ainda, o livro irá mostrar o quanto o mundo pode ser muito maior e mais rico do que aquele que se conhece através dos olhos de alguém que apresenta este mundo de um modo pronto, terminado, e não dando chances para a criação de algo.




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